domingo, 8 de agosto de 2010

Filosofia para todos

Ultimamente, projetos que conciliam a filosofia com as mais diversas disciplinas e manifestações culturais, tem sido por minha pessoa uma área de interesse e de extrema contemplação. Acho que é importante que as pessoas reservem alguns momentos de suas vidas para o ato de filosofar.
E de fato a melhor forma de se fazer isso, é colocando em tudo algumas gotas moderadas de filosofia. Em eventos que conciliem performances, musica teatro e poesia, a filosofia pode trabalhar como pano de fundo. E a filosofia quando trabalha em parceria com o campo das artes, se torna prazerosa e de fácil aplicação. Sabemos que em sua essência, a filosofia é puramente teoria, e é da leitura de seus autores e filósofos que esta se vale. Mas a chamada “Filosofia pop” parece ser um caminho que proporcione que todos gostem dessa disciplina. Quando se deixa os bancos das salas de aula e se leva alunos para assistirem um filme ou deslumbrarem algumas obras de arte, imagens, a filosofia parece ser assimilada de uma forma bastante positiva e se torna acessível e agradável de ser entendida.
Pois “como disse “o filosofo Gilles Deleuze:” nada impede de que um curso de filosofia seja um pouco como um show de rock” (Sobre Filosofia, 1988).
Para os amantes de musica, poesia, artes, cinema, é amável e prazeroso deslumbrar esses universos conciliados com a filosofia.
Apresentar os problemas filosóficos de maneiras diferentes, agradáveis e acessíveis é uma formula esplendida de expandir a disciplina e trazer para este campo de estudos cada vez mais adeptos.
Segundo o filosofo Friedrich Nietzche: É preciso de vez em quando descansar de nós próprios, olhando-nos do alto, com uma distância artística, para rir, para chorar sobre nós; é preciso descobrir o herói e também o louco que se escondem em nossa paixão pelo conhecimento “(GAIA Ciência, 1882)”.
Recuso-me aceitar as maneiras maçantes e enjoativas que alguns querem diagnosticar, sobre formas e métodos para se filosofar. Os manuais prontos, vendidos a preços populares que prometem tornar leitores leigos em filósofos.
Filosofia é ato, você deve estar em contato com esse universo, seja escutando uma musica ou olhando para uma imagem, deixando assim cada vez mais as percepções afloradas. Nas musicas, nos filmes, tudo esta repleto e carregado de simbologias, portando de filosofia.
E mesmo que digam que essas maneiras de se tentar popularizar e tornar acessível à filosofia sejam gastos e ineficientes, me recuso a aceitar. Esta não pode parar no tempo e tem que estar sempre se renovando, casada com o presente momento e sempre buscando formas novas de abordagem.É preciso que se proporcionem a todas as pessoas o desafio de se aventurar na filosofia e que estas aptas de ânsia de conhecimento promovam a disciplina e gostem de tal, abordar de maneiras diferentes e leves é a minha pretensão e sugestão

Ética animal: reflexões sobre os direitos dos animais e sobre o reconhecimento deles como sujeitos de uma vida

O ímpeto que me levou a escrever esse trabalho, foi a convivência e conversa com ativistas veganistas, a leitura sobre o tema e, a vontade de refletir sobre uma questão que é puramente ética.
Esse terreno de discussões já foi muito bem habitado por importantes pensadores, então antes de refletirem acerca de críticas que vão proferir ao meu presente trabalho, peço que leiam as citações e a linha de reflexão que venho propor e que muitos já discutiram, me dando embasamento e um relevante material para desenvolver tal escrita.
Lendo a obra de Ernst Tugendhat, “ Lições sobre ética”, encontrei logo nas suas primeiras páginas uma introdução sobre discussões e debates políticos relativos aos direitos de grupos particulares ou marginalizados, questões tais que devem sofrer um olhar atento por se tratarem de questões puramente morais. Entre elas, está a questão referente à indagação, se temos obrigações morais perante os animais não humanos e quais. Nesse texto, ele não trata sobre a atenção e desde então fui pesquisar sobre o tema.
Para continuar a tecer minha discussão, começarei a fazer citações de alguns importantes pensadores. O filósofo inglês Jeremy Bentham, importante pensador da ética utilitarista, argumentava em favor dos direitos animais:

“Talvez chegue o dia em que o restante da criação animal venha adquirir os direitos dos quais jamais poderiam ter sido privados, a não ser pela mão da tirania (...). A questão não é saber se os animais são capazes de raciocinar, ou se conseguem falar, mas, sim, se são passíveis de sofrimento”.

Esta foi a fala de Bentham, no tocante que diz respeito ao fim da citação, sabemos muito bem que qualquer animal vivo é dotado de mecanismos que lhes fazem sofrer e sentir dor. Os animais ditos irracionais respondem a estímulos e são capazes de mostrar e manifestar afeto e repulsa a dor.
A ética que defende a etóloga inglesa Jane Goodall e uma corrente biocêntrica do direito ambiental contemporânea, defende uma “ética que respeitasse todos os seres vivos” e fazendo menção ao grande Kant, a criação de um imperativo ético elementar (“não agredir a vida, seja ela qual for”).
O chamado ser dotado de razão, deixa de racionalizar questões básicas que dizem respeito a sua saúde e digo mais ao seu caráter como agente moral. O homem visualiza o telos, o fim, de apreciar a carne independentemente dos meios que foram usados para dar fim a este, de usar os animais não humanos como cobaias de modo a testar neles produtos e usa-los como fins para descobrir curas para doenças. Mas esse ser tão dotado de razão ainda não descobriu formas de saciar o seu ímpeto de sangue a não ser nos animais não humanos.
É inadmissível desculpas sobre isto, dizendo que, é uma questão de hábito, ou, cultural, até mesmo de saúde. É provado cientificamente que a dieta veganista é muito saudável, os hábitos são mudados conforme o tempo. E uma cultura que vê animais não humanos como iguarias, deve ser mudada ou revista dado o caráter dinâmico que é a cultura.
Artur Schopenhauer escreveu, a compaixão – princípio de toda a moralidade – toma também os animais sob seu manto protetor, porquanto diz:

“A suposta ausência de direitos aos animais, assim como o argumento de que nossa conduta em relação a eles não tem valor moral algum, é de ignorância revoltante”.

O pensador com o reconhecimento ao respeito que devemos ter perante a vida, relaciona isso à bondade de caráter, acreditando na educação espiritual como o único meio capaz de obter possíveis transformações.
Não quero com meu trabalho obriga-los a mudar seus hábitos alimentares ou suas posturas referentes ao mundo animal, mas é meu papel, como estudante, dar os meus primeiros passos na filosofia propondo uma reflexão a vocês. Se conseguir no mínimo toca-los de alguma maneira já me sentirei honrado. Sei que estou num ambiente amplo para discussões, no entanto prevalece à massa dos críticos imbuídos de refutações e defesas do seu modo de vida, que prevalece e embrutece o campo para formas de vida alternativas.
Voltando ao objetivo, brilhantes citações do filosofo Plutarco que dizia:

“Incapaz de entender a voz inocente dos animais de sentir em seus brados e em seus gestos o medo, a dor, o desejo, que são matéria da própria existência, o homem se convenceu de que a energia de seu intelecto lhe conferia o direito de apropriar-se da vida de todos os seres que povoam o universo e, de servir-se deles, primeiramente para alimentar a necessidade de sobrevivência, depois, o excesso dos seus instintos. Para legitimar a própria violência, criou o pretexto de usa-la em nome da palavra divina”.

Livrar os animais não humanos de tantos padecimentos consiste em uma difícil tarefa, de mudar seres dotados de convicções e certezas enraizadas em cabeças retrogradas e fechadas a refletir sobre tais questões. Temos o poder do discernimento, nunca é tarde para mudar ou rever ações, costumes ou pontos de vista. Terminarei o presente trabalho com a expectativa de ter passado uma boa mensagem. Espero ansiosamente ser metralhado pelas polêmicas e contrárias opiniões dos colegas acadêmicos. Fecho as citações com a frase de um considerável pensador, o professor italiano Cesare Goretti escrita em 1928:

“Quem maltrata um animal desconhece a dor universal que há em cada ser vivente; ofende um direito que existe, mesmo que o animal não tenha meios para fazê-lo valer”.

Encerro, dizendo que, fechado em minhas convicções e meus hábitos, me neguei a aceitar diferentes formas e filosofias de vida. Entretanto parei e refleti sobre a condição bestial em que me encontrava, então olhei a minha volta e resolvi mudar, pensei, escrevi e enxerguei que assim como violar a vida de outro ser humano é um grave crime, deveria ser de igual modo estendido aos nossos atos perante os animais não humanos. Respeitar a vida acima de tudo, constitui-se na máxima mais respeitada de todo o planeta, então que façamos esta valer. Os que fazem sua parte já têm a certeza plena do agir virtuoso, exercitando-se em prol de um mundo melhor.

A mulher ideal

A mulher ideal não pode me ver como um cara mal,
pois não tenho culpa de querer sua alma e seu corpo inteiramente para mim.

A mulher ideal tem que ser leal, pois quero ela plenamente para mim, pois se
não encontrei nela tudo que quero e preciso, prefiro me aquietar e me satisfazer com o que ela
pode me dar.
A mulher ideal tem que ser forte e contar
com a sorte,
para que esse nosso louco amor não venha a terminar.
A mulher ideal tem que ser formosa,pois em sua
pele branca e sedosa que meus olhos vão repousar.

A mulher ideal não existe, mas minha consciência persiste
em criá-la para mim,
A mulher ideal me aceita, e sabe que seu tivesse poderes sobre o mundo
daria tudo para ti.
A mulher ideal é dengosa e sabe
que meus carinhos são para acolher e não para fazê-la sofrer.
A mulher ideal é piedosa, e sabe que se falo besteiras é por asneiras
que saem de mim sei lá por que.
A mulher ideal me entende, e é em seus lábios quentes
que minha mente vai se refugiar,
A mulher ideal lê e sabe que é ideal,
só não sabe se quer ser leal
a esse mundo de amor que criei para mim.
A mulher ideal...

Prisioneiros do amor

Eles se escondem por detrás de máscaras,
pois o que mais querem é esconder suas mágoas,
eles vivem a transitar como zumbis ambulantes
em busca do beijo e do amor de suas amantes.

Estão presos por grades que conceberam em suas mentes
pois não passam de jovens carentes e dementes,
Existências vazias e sem sentido algum,
eles desejam todos mais só amam um.

Vivem condenados a anos e anos de sofrimento,
pois a vida sem amor só pode ser tormento,
e nas celas que criaram para se prender,
eles só querem a noite esquecer de viver.

Ficar longe da brutalidade e da maldade
e gozar da alegria e da sinceridade de uma falsa amizade,
Estão cercados de bestialidade e solidão
são todos tolos prisioneiros da paixão.

Seu ciúme e obsessão empregam os agentes carcerários
que investigam sua vida e abrem os armários,
sempre desconfiados e alerta para possíveis fugas,
eles sofrem e colecionam rugas.

Falo aqui dos prisioneiros do amor,
que trazem um coração cheio de angústia e dor
pois em busca de um sentido para a vida
acabaram tendo sua privacidade banida.

Prisioneiros do amor,
gozem sua dor,
exaltem seu rancor,
enalteçam seu temor,
chorem de horror,
morram por amor.

sábado, 7 de agosto de 2010

A boca fechada

Ela é acusada de proferir as mais dolorosas palavras,
ela expele sangue e é tão cortante quanto navalhas.
Ela não consegue se conter e por mais que fique fechada é motivo do sofrer,
por ela entra a saliva do amor e dela
saí o cuspe do horror.
Os calados sempre ganham,
os eloquentes sempre apanham.
Responsável por transmitir as maiores desgraças
ela também conferi aos bobos sorrisos e faz graça.
Ela canta canções ensurdecedoras
e com jeitinho transmite palavras enlouquecedoras
Ela pode até ser fechada e costurada,
mas não conterá seu ímpeto de ser aberta e amada.

Capaz de transmitir e suscitar vozes e expressões,
ela continuará sendo motivo de brigas e discussões.
Pequena ou grande, bela ou feia,
ela tem poder fatal
de transformar tudo que saí dela em coisa do mal.

Se bem usada ela é vista com amor,
mas por mais que se esforce ela se converte mais em dor.
Boca fechada não entra mosquito,
boca aberta pode ser um penico.
Uma palavra pode tudo fazer,
um gesto pode tudo querer,
a boca pode fazer acontecer,
ser bom , ser mal e até mesmo ser você.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sexo e Desejo

Acariciava-lhe os seios,
mordia os seus lábios,
puxava o teu cabelo,
sentia o seu corpo, e cada vez mais ficava louco.
Seu belo corpo nú,
e eu louco para tocá-lo,
os nossos corpos, se entrelaçando, e você gemendo, cada vez mais alto, me pedindo carícias ao pé do ouvido, querendo ouvir, palavras sujas.

Sexo e desejo meu amor, quero sentir o seu amor,
quero sentir o seu calor

Estou lúcido,
agora estou no controle,
eu fico por cima e você por baixo,
testando várias posições,
e as nossas tentações,
nos levam ao extremo da vulgaridade, mas na nossa cama, é quase tudo esquecido e válido, os orgasmos múltiplos nos trazem o alívio e o prazer.

O cheiro dos nossos corpos a exalar,
um insenso natural do amor, as peles molhadas, o cansaço nos afeta, mas nos esforçamos, e nos doamos um pelo outro, esquecemos de tudo e naquele momento só nos importa a junção dos nossos corpos, estamos exaltados, e por um instante apaixonados.